sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Professores

Certa vez eu estava ministrando aula para uma turma de EJA, muito boa, quando uma aluna se dirigiu a mim e disse:
- Meu tio te conhece! Ele é foi teu colega...
Achei legal, pois se tratava de uma pessoa muito querida. Ela continuou:
- Ele me perguntou como era sua aula.
Hummm... Nesse momento eu já estava pensando: “olha só, o colega querendo me avaliar”.
E seguiu:
- Eu expliquei que a senhora nos faz pensar bastante e nem sempre responde nossas perguntas. Na verdade a senhora sempre faz outras perguntas! E ainda tem aquele “e por que não?” que parece nos deixar mais em dúvida, mas no final a gente aprende e acha tudo mais fácil.
Neste momento eu ria e começa a pensar na forma como os alunos estavam vendo minhas aulas.
Então, ela completou:
- Meu tio disse que você está imitando um professor de vocês, o Celso!
Meu primeiro ímpeto foi a raiva! Pensava: Como assim IMITANDO??? Eu sou EU!!! Estou há 7 anos estudando, pesquisando, questionando as práticas, observando e agora vem alguém e diz que estou IMITANDO outro!!! Ahhhh, por favor!!!
Sorri pra ela com um sorriso meio amarelo e devo ter dito duas ou três palavras que não lembro agora. Mas depois fiquei pensando, repensando e pensando um pouco mais.
Cheguei a uma conclusão: que bom! Isto mesmo! Que bom que tive mestres maravilhosos que me ajudaram a construir a Elisa de hoje, minha forma de ver a educação, o ensino da língua, a sala de aula...
Sei que não preciso imitar ninguém e que meu conhecimento de mundo me difere de todos os outros professores, por maiores que sejam as semelhanças. Sei que tenho capacidade suficiente para fazer um bom trabalho em sala de aula e sinto-me honrada ao ser comparada com um profissional que admiro.
Pois é... E eu que achava que o Celso nunca respondia nada....

Um comentário:

  1. Onde está meu comentário que postei hoje?
    De qualquer forma, obrigado pela homenagem, Elisa, e te parabenizo pela tua dedicação e pelo teu propósito, ainda na graduação, de alterar - e de conseguir - o quadro caótico por que passa a educação brasileira. Podemos não mudar o mundo, mas mudamos o que está à nossa volta!
    Grande abraço do sempre dindo,
    Celso

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