quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Desliga do automático...

Com o Advento, Natal e Final de Ano, iniciam as reflexões mais aprofundadas sobre a vida, mais especificamente, sobre como estamos vivendo-a (perdoem-me a redundância).
Nem todos, no entanto, fazem reflexões. Tem gente tão absorta no consumismo, na correria, nas idas aos shoppings, na procura por vagas nos estacionamentos, que faz dos seus dias apenas isto... Dá uma ligada no piloto automático! Acorda, come alguma porcaria no bar da esquina, sai correndo porque está atrasada, briga porque não conseguiu estacionar o carro rapidamente, trabalha sob pressão, tentando cumprir as metas... Ah e que metas, ufa! Sai do trabalho, volta correndo pra casa, antes passa no supermercado, compra qualquer coisa pra comer, que seja de fácil preparo, óbvio, ninguém quer perder tempo cozinhando, janta e dorme.
E assim passam os dias, os meses, os anos.
Alguns podem perguntar: mas como fugir disso?
Não acredito que devemos fugir, mas tentar deixar as coisas menos mecânicas, menos duras, menos sérias. Não, eu não estou dizendo pra levar tudo na brincadeira! Apenas pedindo para deixar as coisas mais leves... Carregar peso por anos e anos, pode acarretar sérios danos à saúde, física e emocional.
Refletindo, então, peguei-me pensando no que realmente vale a pena “perder tempo”. As amizades. Perder tempo com os amigos é a melhor coisa que podemos fazer, em períodos tão caóticos. Os amigos têm um poder sobrenatural! Empurram-nos e nos puxam de volta com uma facilidade... Conseguem nos ajudar até quando pensam estar atrapalhando.
Quem nunca precisou de alguém para compartilhar qualquer coisa??? Dores, alegrias, festas, silêncio, abraço, puxão de orelha, “simancol”... Os amigos “servem” pra muita coisa. Até pra descontar aquela raiva trancada no fundo da garganta. Sim, pois é muito mais fácil pedir desculpas pra quem te ama, pra quem te entende, pra quem sabe que aquela raiva não era briga e sim um desabafo.
Então, convido a todos: vamos, neste final de ano, refletir sobre o valor que damos àqueles que dão sentido as nossas vidas! Vamos celebrar os amigos conquistados com muito suor (sim, porque tem gente por quem vale a pena lutar), os que chegaram de carona com outros amigos, os de muito tempo e os mais novos amigos de infância.
Viva essa relação estranha, mas extremamente necessária chamada AMIZADE!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Livro "Doidas e Santas" de Martha Medeiros

Como me disse a Elisa, o livro "Doidas e Santas" é uma leitura light para as férias...

Com a palavra... Martha Medeiros!


“Toda a Mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar poder de sedução para encontrar o “the big one”, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais... Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que recusam a levantar da cadeira para quem está chamando lá fora. E Santa, fica combinado... não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres, da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: “só sendo louca de pedra.”

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mais reflexões sobre as novas gerações...

     Escrevi no meu último post sobre as novas gerações. Principalmente sobre a importância do compartilhamento. Hoje queria mostrar um exemplo concreto da possibilidade de diferentes gerações conviverem muito bem (no ambiente escolar). 
     Meu amigo Guilherme, autor do iPodSchool, escreveu recentemente uma introdução ao meu texto "Vantagens do uso do iPad como ferramenta pedagógica". Na perspectiva de aluno (está concluindo o Ensino Médio), ele escreve de forma muito adequada sobre a necessidade dos estudantes mostrarem responsabilidade em relação ao uso das novas tecnologias, em especial o iPad. Na opinião dele, deveriam ser os próprios estudantes os principais interessados e responsáveis a convencer os seus educadores da importância do uso dessa forte ferramenta e que o iGadgets não são apenas brinquedos.     
      Assim como o Guilherme fez um apelo aos estudantes, faço aqui também um convite aos professores. Um convite para que cada educador possa ouvir o que os alunos tem a dizer. Eles tem muito a nos ensinar e nós (professores/adultos) a eles, em relação ao uso da tecnologia. A grande sacada é criar uma relação de respeito mútuo. Eles sabem muito sobre os dispositivos e nós podemos trabalhar com eles sobre a importância da crítica aos conteúdos que não são adequados. Eles precisam estar preparados para fazer boas escolhas e nós podemos contribuir (e muito) para esta formação.     
     O Guilherme escreveu no final de seu texto que "é bom saber que existem adultos que usam de nossas armas com responsabilidade e buscando produtividade." E nós também podemos dizer a eles: é muito bom conviver com adolescentes e jovens inteligentes que produzem um conteúdo rico quando são desafiados.                
     É isso que queremos, é isso que sonhamos... a criação de uma relação rica, interessante e de crescimento para os dois lados...   
                  
Guilherme Freitas, 16 anos, recebeu como herança de seu pai o amor incondicional à empresa de Tio Jobs. Sua novela com a Apple começou aos 13 anos, quando ganhou seu primeiro iPod Nano de 8G que ainda reside no âmago de seu coração. Atualmente, tem um iMac e um iPad que, junto de seus amigos e de sua família, são as maiores fontes de alegria de sua pacata vida. Cursando o terceiro ano do ensino médio, o jovem maclover aspira a carreira de arquiteto, desejando trazer muita tecnologia e muitas frutas para a construção civil do futuro. Ama escrever e ler e, por vezes, se aventura no mundo da poesia clássica. O mais novo membro da equipe do iPod School :-)





terça-feira, 22 de novembro de 2011

Novas gerações... Muitas esperanças...

Hoje é dia de escrever sobre as gerações (afinal essa é uma das temáticas propostas para este blog)!
Sou (Adriana) da geração X que tem muitos desafios a aprender com as novas gerações. Um dos grandes desafios a ser vencido é o do compartilhamento. Isto mesmo, é difícil para alguém da geração X dividir seus conhecimentos (graças a Deus não é o meu caso... acho que já evolui neste sentido...). É interessante verificar como os mais jovens tem publicado seus escritos, descobertas, segredos, conquistas... sem muito medo de serem "roubados". Querem simplesmente espalhar suas ideias por aí e serem reconhecidos por isso!!
O que mais me intriga é que a escola, de um modo geral, não aproveita este detalhe, continua exigindo que os alunos trabalhem individualmente e que pouco compartilhem e construam ideias e textos em grupos. Aliás, na minha opinião, as pessoas estão escrevendo e lendo mais e isso também não é bem aproveitado na escola. Mas isso é para um próximo post...
Infelizmente a escola sempre perde a chance de estar à frente da história...

- Posted using BlogPress from my iPad

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu acredito em anjos...


Mais um texto inspirado nos amigos, pois o melhor da vida é perceber que não está nela sozinho!


E como pode alguém não acreditar que aquelas pessoas que aparecem em nossas vidas e enchem nosso espaço de pequenas alegrias e atitudes, que possuem algo a mais e que te olham no olho com verdade, não sejam anjos???

Anjos que com duas ou três palavras conseguem nos fazer dar um passo para trás perante o abismo de nossas inseguranças. Pessoas que não usam auréolas visíveis, mas que possuem uma luz capaz de lhe fazer enxergar quando tudo parece escuro.

Estou falando dos amigos... Sim, esses anjos que aparecem de repente, verdadeiros e transparentes, que erram e acertam, mas que fazem toda a diferença.

Amigos que com um sorriso ou um abraço conseguem tirar do seu peito a angústia mais profunda e a lembrança mais doída. Aqueles que sonham com você, tecem elogios e que, quando necessário, pedem desculpas com a simplicidade de uma criança...

Anjos que compram brigas por você, mas que têm firmeza e bom senso pra lhe fazer perceber quando elas não valem a pena.

Amigos que sofrem junto com você, mas que querem mesmo é lhe fazer sorrir.

São anjos, sim! Todos aqueles que, de uma forma ou de outra, passam por sua vida e a deixam menos pesada, menos chata, menos dura...

Amigos/anjos que a cada momento vazio estão ao seu lado, sempre te protegendo e te amando...

Aos anjos da minha vida, dedico minhas orações.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Homenagem aos amigos que valem a pena

Existem pessoas raras, difíceis de se encontrar.
Elas são lindas por fora... Mas, principalmente, são lindas por dentro.
São feitas de carinho... E recheio de verdade!
Costumam chegar de mansinho... E te conquistam dia a dia.
Conquistam com verdades e muito amor!
Elas não têm medo de competição, pois sabem que amigos de verdade nunca se perdem!
Valorizam qualidades... Não defeitos!
Querem te ver crescer.
Querem te ver feliz.
Querem te ver sorrir.
Estão sempre perto... Não te deixam só.
Mesmo quando você não percebe, estão cuidando de você!
Se você teve a sorte, como eu tive, de encontrar uma dessas pessoas...
Não se esqueça de dizer: "Obrigada por você existir!"

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Variação linguística nos livros didáticos


Abaixo compartilho um artigo meu publicado no Jornal Digital "Brasil 247", em maio deste ano, e que gerou muitas críticas (positivas e negativas).


As crenças de que existe uma forma “correta” de falar e que o português é uma língua difícil contribuem para o círculo vicioso do preconceito.



       A discussão em torno do livro didático "Por uma vida melhor", distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC), para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) não é nova, mas pode ter “vindo a furo” com maior atenção da sociedade, diante de tanto sensacionalismo e ignorância.

       Os estudos linguísticos nos permitem perceber que a língua não é estanque nem homogênea, pois ela varia. A concepção de língua isolada e desvinculada do seu contexto, presente nas gramáticas tradicionais, não pode ser sustentada. Temos de conceber a língua como uma realidade heterogênea, variável e social.

       Quando o assunto é variação linguística, o tratamento oferecido pela maioria dos livros didáticos ainda não atingiu o ideal sociolinguístico. Esse fato deve-se, principalmente, à falta de boas obras de divulgação dos conceitos básicos da sociolinguística e à falta de formação adequada dos docentes. O resultado é que a variação linguística, de modo geral, é abordada de forma superficial, insuficiente ou distorcida. Não é o caso, porém, do livro em questão que apresenta as variedades da língua portuguesa em situações contextualizadas.

       Nenhuma variedade se sobrepõe a outra, elas são apenas empregadas em situações distintas. Negar essa diversidade é ignorar a riqueza de uma língua, além de contribuir para o crescimento das desigualdades sociais, visto que, ao discriminar uma variedade, discrimina-se seu falante. Portanto, o reconhecimento das variedades linguísticas é fundamental para que as escolas desempenhem seu papel principal de levar as pessoas a conhecerem “coisas” que não conheciam. No caso do ensino da língua, conhecer outras formas de falar e de escrever.
     
       E contrariando os ignorantes, desinformados e os gramáticos tradicionalistas, considero muito importante que essas diferentes formas de falar e escrever sejam apresentadas na escola. O problema está em como serão apresentadas.

       Embora a formação dos professores venha sendo modificada, uma vez que as instituições de educação superior passaram a considerar em seu currículo um ensino que privilegia os aspectos linguísticos e não somente os gramaticais, a tradição pedagógica, ainda, exclui manifestações que não representam a escrita da “elite” linguística, ou seja, despreza a norma considerada não-padrão. Faz-se necessária, então, uma nova abordagem no ensino da língua. Essa mudança de abordagem, porém, não significa desconsiderar o ensino da norma-padrão. Pelo contrário, é papel da escola transmitir esse conhecimento ao aluno, porém não apenas esse. Queremos que os alunos evoluam linguisticamente e ampliem sua competência comunicativa.

       É necessário não apenas refletir sobre a variação linguística, mas também que haja mudança na prática escolar. A escola deve ser capaz de mudar seu trabalho pedagógico para não incorrer no erro de acreditar que, para o aluno ter acesso à escrita no nível culto da língua, o mais produtivo é priorizar o estudo da gramática normativa (prescritiva), cujo exercício contínuo seria a única forma de desenvolver as capacidades intelectuais dos alunos. Se o objetivo é fazer com que os alunos reflitam sobre a língua, utilizando os conhecimentos adquiridos para melhorar a capacidade de compreensão e expressão, tanto na escrita quanto na fala, é preciso que a prática contemple esses aspectos. Sendo assim, os conteúdos devem remeter-se diretamente às atividades de uso da linguagem. E, mais do que isso, devem estar a seu serviço.

       O ensino da língua deve primar pela apresentação e descrição das variantes que podem ocorrer em uma comunidade linguística, sem que essas variantes sejam rotuladas como melhores ou piores.Os alunos precisam saber que existem diferentes formas de usar a língua oral e escrita e que deverão adequá-las dependendo das circunstâncias em que ocorrerem. E o professor precisa comprometer-se com uma pedagogia não-excludente no processo de ensino e aprendizagem e que também não venha a causar discriminação ou preconceito. O tratamento inadequado ou até mesmo estigmatizante dessa questão linguística pode comprometer todo processo de aprendizagem, dificultando a integração do aluno na cultura escolar. O problema é que os professores não sabem como agir diante das diferenças entre variedades da língua e acabam considerando-as “erros de português”.

       As crenças de que existe uma forma “correta” de falar e que o português é uma língua difícil contribuem para o círculo vicioso do preconceito linguístico. Por isso, o estudo da variação nos livros didáticos cumpre um papel fundamental na formação da consciência linguística e no desenvolvimento da criticidade e da competência discursiva dos alunos.

       Ponto para a professora Heloísa Ramos, autora do livro didático “Por uma vida melhor”!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Meus escritos, gerando frutos...

Costumo fazer pesquisa com o meu nome no Google. Em uma dessas buscas, eu descobri o texto da professora Cristina (postado abaixo). O trabalho de assessoria que realizei em Marabá/PA, em 2002, foi bastante significativo para mim. Lendo a publicação da professora, percebi que o trabalho havia sido significativo também para os professores que participaram do curso. Confira o texto da professora, postado abaixo.

PEDAGOGIA DE PROJETOS
Texto de Cristina Arcanjo

Publicado em setembro de 2010 ~> http://professoracristinaarcanjo.blogspot.com

Em maio de 2002 participei de uma formação sob a coordenação da professora Adriana Gandin. A temática era pedagogia de projetos. Na época eu tinha apenas um ano e meio de experiência como docente e a formação veio muito oportuna, pois me ajudou a incrementar minhas aulas além de esclarecer muitas dúvidas que eu tinha sobre a ação docente.

Há pouco tínhamos discutido sobre avaliação e algumas questões não queriam calar: “O que então, por no lugar das notas, dos conteúdos preestabelecidos? Que coisas nossas crianças e adolescentes precisam realmente aprender e discutir?”

Considerando esses questionamentos percebemos que através da metodologia de projetos seria possível dinamizar a ação docente na sala de aula e (re)significar os conteúdos que a escola ministra, isto porque, segundo a autora, o trabalho com projetos:

  • Abre a perspectiva para a construção do conhecimento a partir de questões reais;
  • Incentivam atitudes de cooperação, solidariedade, responsabilidades, respeito ao outro;
  • Permite á criança desfrutar o que vai aprendendo, a partir de atividade significativa;
  • Favorece a elaboração de conclusões e descobertas grupais, dentre outras vantagens.

ESQUEMA DE UM PROJETO

1. INCENTIVO
2. FORMULAÇÃO DO PROPÓSITO
3. PLANO COOPERATIVO (O que queremos pesquisar? Para que queremos? Como iremos fazer?)
4. DESENVOLVIMENTO
5. CULMINÂNCIA
6. AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO

O PAPEL DO DOCENTE DURANTE O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

  • Especificar o fio condutor (O que se pode aprender com o projeto)
  • Buscar materiais
  • Estudar e preparar o tema
  • Envolver os componentes do grupo
  • Destacar o sentido atual do projeto
  • Manter uma atitude de avaliação
  • Recapitular o processo seguido

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ética Docente


            A prática docente tem grande responsabilidade para a construção e desenvolvimento de uma sociedade. As dimensões éticas são consideradas muito importantes no nosso sistema educativo e estão presentes em vários documentos legislativos, quer no que diz respeito à formação dos alunos, quer no que se refere à formação dos professores, sendo consideradas componentes relevantes para o exercício profissional. Assim, uma atividade profissional pautada na ética faz-se necessária para que os professores, dedicados, competentes e comprometidos em auxiliar seus alunos a desenvolverem seu conhecimento, possam proporcionar uma educação de qualidade. A consciencialização das normas e da ética da profissão pode contribuir para a satisfação profissional dos professores e potencializar o seu prestígio e autoestima, aumentando também o respeito da sociedade para com estes profissionais.
        Os docentes, reconhecendo o alcance das responsabilidades inerentes ao processo educativo e a responsabilidade de atingir e manter os mais altos níveis de conduta ética e profissional, em relação aos alunos, aos colegas, aos pais, devem refletir, inicialmente, sobre o que prevê a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. A reflexão sobre as condutas humanas deve fazer parte dos objetivos da escola comprometida com a formação da cidadania. Em toda a educação a ética está implicada, porque é uma atividade interativa entre os seres humanos. Porém, um dos problemas enfrentados na profissão é a falta de código de ética específico para os professores.
           Os educadores veem este código como finalidade para a regulação ética da profissão, a preservação dos profissionais e a publicação dos seus deveres e direitos. Neste sentido, a falta dele causa certo sentimento de alienação. Este código de ética docente também seria um instrumento para que os valores e princípios relativos às crianças sejam respeitados. Assim, seria útil no nível da relação dos professores com os alunos, da relação dos professores com a sociedade e da relação com os seus pares. O código poderia ter um potencial formativo por proporcionar uma reflexão centrada nos valores e os princípios da educação. 
       Analisando a prática docente e a relação dela com a sociedade, podemos verificar alguns pressupostos básicos para que professor exercite a ética no seu ambiente de trabalho. Atitudes simples no dia a dia do professor são demonstrações de ética profissional e, consequentemente, são refletidas nas atitudes dos alunos. Algumas considerações sobre a prática docente podem ser essenciais para a construção de um perfil ético:
a)    O professor deve ter ciência de que seu trabalho atinge o meio social e que, portanto, qualquer exemplo, comentário ou ideologia serão levados em conta por seus alunos e por aqueles com que convive.
b)    Para o exercício da ética é imprescindível ser honesto consigo e com a sociedade. Acreditar na profissão é imprescindível. Utilizar a educação para apenas satisfação de interesses próprios fere a ética.
c)    É necessário grande esforço e doação para promover a democracia e os direitos humanos através da educação. Em nome da ética e em consideração à sociedade, o professor precisa estar em constante atualização, ávido por novas experiências e nunca achar-se detentor da sabedoria.
d)    Combater todas as formas de preconceito e de discriminação na educação, também é dever da educação e, por consequência, dos docentes.
e)    O docente tem de respeitar os direitos de todas as crianças, em particular dos seus alunos, ajudando-os a desenvolver um conjunto de valores para que possam se inserir na sociedade.
f)     O bom relacionamento na escola também faz parte da aprendizagem, mesmo que ele não seja componente curricular. E o bom relacionamento vale pra todas as instâncias, da equipe diretiva aos funcionários da higienização.
        Tantos outros deveres e direitos podem ser considerados inerentes a prática docente. Porém, o mais importante é que (com ou sem código) a ética se estabeleça na educação como um dos fatores mais significativos para formação dos alunos. A ética está além dos conteúdos, está a serviço de uma educação mais justa e mais humana. Não haverá, de fato, uma sociedade democrática se a ética não passar a ser respeitada e seu papel para o desenvolvimento humano não for levado em consideração.
       Desta forma, vemos a importância da ética e da concepção educadores morais nos currículos de formação de professores. É necessário que o professor tenha consciência da responsabilidade de sua atuação e desenvolvimento ético dos seus alunos. Mais do que isso, é importante que os governantes saibam do valor desta atuação e preocupem-se mais com esta profissão, pois o futuro da nação está nas mãos da educação.
        Assim como as crianças e jovens possuem o Estatuto da Criança e do Adolescente para defendê-los, também os professores, como todas as profissões, deveriam ter um código de ética, não para ser usado como escudo moral, mas para ser parâmetro ético de conduta na relação com alunos, escola, comunidade, pais e para assegurar-lhes direitos. Os professores são, cada vez mais, reféns da negligência dos pais, da sociedade e dos governos e refletir sobre a ética na educação é hoje um dos fatores mais urgentes.
        Devemos nos esforçar para construir uma educação que seja pautada em valores éticos e morais, esteja apoiada em princípios de justiça e na busca pela felicidade. Neste sentido, a construção destes valores deve ser significativa para todos os envolvidos. A ética deve ser ponto central da ação docente para que ele possa promover o crescimento de seu aluno, apontando o caminho da justiça e da cidadania.
        Sabemos, no entanto, que a discussão sobre ética docente deve ser muito maior e que só a reflexão nos mostrará o melhor caminho a seguir na busca deste objetivo. Vale lembramos que a ética não é algo acabado, não é finita, pois está em permanente construção e deve ser permanentemente revisada e complementada a fim de manter-se como suporte ao desenvolvimento humano.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Em tempo, mais uma justa homenagem aos professores...

Para prestar minha homenagem, resolvi utilizar um trecho do livro "iWoz", de Steve Wozniak (com Gina Smith). Steve é cofundador da Apple.

"São os bons mestres e as boas escolas que fazem o progresso humano, que transformam crianças inteligentes em gênios, em líderes e benfeitores da humanidade. Sei que isso é um truísmo, uma obviedade, mas, infelizmente, o mundo não vê tantas coisas óbvias. Sempre me pergunto: por que não investimos muito mais em educação e na formação de bons professores? Foram eles que, logo cedo, me despertaram uma vontade imensa de compreender e de transformar o mundo por meio da engenharia e da eletrônica. Com eles, descobri como é importante pensar no lado humano de toda a invenção ou avanço tecnológico."

Acredito muito que bons professores deixam marcas profundas em seus alunos (o problema é que os ruins também deixam). Eu também já tive (assim como a Elisa) a felicidade de encontrar alunos antigos e receber deles depoimentos positivos em relação ao trabalho realizado por mim. É recompensador e estimulante!!!
Julgo que uma das coisas mais importantes no trabalho de um professor é acreditar no potencial de cada aluno e fazer com que ele se desenvolva ao máximo e construa seu próprio conhecimento, acreditando que pode realizar sempre mais e melhor!!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Professores

Certa vez eu estava ministrando aula para uma turma de EJA, muito boa, quando uma aluna se dirigiu a mim e disse:
- Meu tio te conhece! Ele é foi teu colega...
Achei legal, pois se tratava de uma pessoa muito querida. Ela continuou:
- Ele me perguntou como era sua aula.
Hummm... Nesse momento eu já estava pensando: “olha só, o colega querendo me avaliar”.
E seguiu:
- Eu expliquei que a senhora nos faz pensar bastante e nem sempre responde nossas perguntas. Na verdade a senhora sempre faz outras perguntas! E ainda tem aquele “e por que não?” que parece nos deixar mais em dúvida, mas no final a gente aprende e acha tudo mais fácil.
Neste momento eu ria e começa a pensar na forma como os alunos estavam vendo minhas aulas.
Então, ela completou:
- Meu tio disse que você está imitando um professor de vocês, o Celso!
Meu primeiro ímpeto foi a raiva! Pensava: Como assim IMITANDO??? Eu sou EU!!! Estou há 7 anos estudando, pesquisando, questionando as práticas, observando e agora vem alguém e diz que estou IMITANDO outro!!! Ahhhh, por favor!!!
Sorri pra ela com um sorriso meio amarelo e devo ter dito duas ou três palavras que não lembro agora. Mas depois fiquei pensando, repensando e pensando um pouco mais.
Cheguei a uma conclusão: que bom! Isto mesmo! Que bom que tive mestres maravilhosos que me ajudaram a construir a Elisa de hoje, minha forma de ver a educação, o ensino da língua, a sala de aula...
Sei que não preciso imitar ninguém e que meu conhecimento de mundo me difere de todos os outros professores, por maiores que sejam as semelhanças. Sei que tenho capacidade suficiente para fazer um bom trabalho em sala de aula e sinto-me honrada ao ser comparada com um profissional que admiro.
Pois é... E eu que achava que o Celso nunca respondia nada....

Quem Somos...

Olá!
Nós somos a Adriana Gandin e a Elisa Ávila. Somos apaixonadas pela vida, pelas pessoas, por redes sociais e por tecnologia (Adriana mais que Elisa). Somos muito parecidas em alguns aspectos, mas também muito diferentes em outros. É isso que dá o colorido da nossa amizade!
E vocês devem estar pensando: por que 69 e 86???
São os anos em que nascemos... Sim, nascemos em décadas bem diferentes!!! Mas se por um lado 17 anos nos separam, por outro nossa filosofia de vida e nosso amor pela educação nos aproximam.
Neste blog falaremos de muitos assuntos, sobretudo EDUCAÇÃO!
Acompanhem a gente!!!!